IFSP para tod@s
Atividade Avaliativa Módulo V –
Práticas Pedagógicas Inclusivas
Experiência
de prática pedagógica inclusiva
Professora
Adriangela Bonetti
Escola
Alexandre Bacchi (Guaporé – RS)
A experiência de prática
pedagógica inclusiva descrita abaixo se refere à realizada pela professora
Adriangela Bonetti, da Escola Alexandre Bacchi (Guaporé/RS). A partir das ferramentas que conheceu em
um curso, ela pôde modificar sua prática pedagógica, o que lhe valeu um prêmio
nacional e um convite para ser a coordenadora de educação inclusiva do
município.
Em 2009, a professora foi
designada para uma sala de aula do 2° ano do Ensino Fundamental com 26
estudantes. Dentre estes, havia crianças com deficiência e transtorno global de
desenvolvimento (TGD). Adriangela já havia sido avisada por outros educadores
da escola de que a turma era “difícil”, agitada e que havia dois estudantes com
deficiências severas que precisavam de monitores dentro de sala de aula. Até
então a escola não tinha um projeto coletivo para lidar com esses estudantes.
Leonardo, uma criança com 7 anos,
possuía TGD. De acordo com a Instituição, a criança tinha dificuldades de se
socializar, agredia os colegas e a si mesmo, era disperso, se levantava
diversas vezes durante a aula e possuía comprometimento nas habilidades
verbais. De acordo com Adriangela, ele oralizava bastante, mas não se fazia
entender, e somente sua mãe e a monitora que o acompanhava em sala de aula
haviam desenvolvido uma compreensão de sua fala.
Para montar seus planos de aula,
Adriangela seguia alguns passos: buscava situar os educandos sobre o que
aconteceria naquele dia, em especial quando havia um novo conteúdo a ser dado.
Em seguida, relacionava aquele conteúdo com a vida dos estudantes, questionando
o que eles já sabiam sobre o assunto e procurava modificar a estratégia de
ensino durante uma mesma aula (discussões, trabalhos em grupo, vídeos e
histórias, construção de história em sequência, aula expositiva, entre outras).
A avalição da aprendizagem do dia era realizada por meio de exercícios também
diversificados.
Ao longo do 1° bimestre, a
professora enfrentou diversos desafios. A relação com a monitora não estava
satisfatória, pois ela insistia em infantilizar os estudantes com deficiência com
uma atitude superprotetora. Assim, ela também não auxiliava nas estratégias
didáticas escolhidas por Adriangela, tornando-se uma interferência nas aulas.
Foi aí que Adriangela tomou a decisão de
passar alguns intervalos com Leonardo. Dessa forma, ela ampliaria seu
entendimento a respeito do menino e poderia construir uma forma de comunicação
com ele. A professora percebia que a
classe exigia sua atenção e se ela fizesse isso em sala de aula poderia
prejudicar a turma. Acompanhando Leonardo nas refeições, começou a perceber a
forma com que ele se expressava e, aos poucos, foi “absorvendo a forma como ele
se comunicava”, de acordo com suas próprias palavras. No entanto, Adriangela
sentia uma necessidade de poder se aprofundar no tema da educação
inclusiva.
Naquele momento, O MEC ofereceu
para o Rio Grande do Sul o Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade. Nele, foram apresentadas algumas
práticas, as quais foram levadas por Adriangela à direção da escola: alteração de
paradigma em termos de visão do educando, de planejamento de aula, e do papel
da avaliação. Mantendo a estrutura básica de seu planejamento de aula,
Adriangela pôde complementá-lo com novas práticas voltadas à inclusão. Ela já
trabalhava os conteúdos por meio de projetos e variando a didática, mas passou
a levar em conta também o tempo de cada atividade.
Ao modificar as atividades
durante uma mesma aula, ela facilitava a aprendizagem dos educandos com
dificuldade de concentração, por exemplo. Sua avaliação também mudou e passou a
ser diária, a partir das respostas que recebia dos estudantes. Para ampliar sua
comunicação com eles, passou a tornar mais flexível o formato dessas respostas:
para aqueles que já escreviam com certa fluência, pedia um texto estruturado;
para os que escreviam apenas frases soltas ou palavras, era isso que ela pedia;
para os alunos que ainda não escreviam, ela podia pedir um desenho ou um
trabalho com massa de modelar; para os que tinham dificuldade nessas
atividades, ela pedia o feedback de forma oral por meio, por exemplo, de uma
história em sequência.
Seu foco passou a ser os
processos de aprendizagem dos estudantes. Leonardo nunca sentava, no entanto,
esse fato não passou a ser mais um problema, pois podia ser uma individualidade
do estudante que precisava ser respeitada. O importante é que haja aprendizado
e comunicação, segundo Adriangela.
Como forma de sistematizar as
mudanças pelas quais havia passado, Adriangela resolveu relatar sua experiência
e enviá-la para o Prêmio Experiências Educacionais Inclusivas, promovido pelo
MEC. Com a vitória, Adriangela foi convidada a participar da Secretaria
Municipal de Educação para que ela compusesse a Coordenação de Educação
Inclusiva do Município. Assim, era a oportunidade de transformar seu
crescimento pessoal em política de inclusão, algo mais abrangente.
Fonte: diversa.org.br
#PraCegoVer
Descrição
da imagem: Ilustração colorida em que há quatro crianças sorrindo, sendo estas,
um menino utilizando óculos, um menino utilizando um aparelho auditivo, uma
menina com uma bengala e um menino sentado em uma cadeira de rodas.
Texto:
Como as aves, as pessoas são diferentes em seus vôos, mas iguais no direito de
voar.