quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Acessibilidade e Inclusão



#PraCegoVer
Descrição da imagem: Ilustração em que aparece o desenho do globo terrestre em azul e verde. Abaixo, há o desenho de quatro jovens sorrindo com roupas coloridas, sendo elas, um menino, um menino cadeirante, uma menina, e um menino com deficiência visual. Na frente do globo está escrito “Desafios na Inclusão”


Acessibilidade e Inclusão

Verifica-se que, cada vez mais, se discute sobre acessibilidade e inclusão das pessoas com deficiência. Tais conceitos encontram-se interligados e são muito importantes ao se levar em conta os direitos das pessoas com deficiência, bem como a qualidade de vida de toda a sociedade. Com a implementação de ambientes, meios de comunicação e equipamentos mais acessíveis, são beneficiadas tanto as pessoas com deficiência, que conseguirão mais independência/autonomia, como também toda a população, que desfrutará de um ambiente com menos obstáculos.
            Outro conceito importante que se encontra intimamente ligado ao de acessibilidade e inclusão é o de equidade, que faz referência ao reconhecimento das diferenças de necessidades entre as pessoas e a adequação de esforços conforme a diferença existente. Dessa maneira, para que as pessoas com deficiência possam viver de forma satisfatória, é fundamental que as suas necessidades específicas sejam supridas, a fim de se equiparar oportunidades e diminuir desvantagens em relação às pessoas sem deficiência.
No entanto, para que a inclusão das pessoas com deficiência seja realizada com sucesso é necessária uma efetiva mudança de olhar da sociedade para encararmos a deficiência como componente da diversidade humana, e não simplesmente como uma limitação de responsabilidade do próprio indivíduo, que deve ser curado. Assim, em decorrência da mudança de paradigma, as barreiras arquitetônicas, pedagógicas e atitudinais podem ser transpostas.
Cabe destacar que a acessibilidade se configura em um complexo conceito, que vai desde a realização de uma rampa de acesso adequada até uma postura coletiva de abertura para o diferente e de reconhecimento do outro ser humano enquanto sujeito de direitos. A inclusão das pessoas com deficiência, por sua vez, se relaciona com a efetivação dos direitos destas, sua visibilidade e sua real inserção na sociedade (ir e vir, acesso à escola, trabalho, meios de transporte, meio de comunicação, lazer).
Pode-se observar então que a acessibilidade viabiliza a inclusão, e que esta não é possível sem a existência daquela. Portanto, não há como pensarmos na inclusão das pessoas com deficiência sem que os espaços sejam acessíveis e sem que a sociedade respeite as normas e os direitos já instituídos desse público.

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

A pessoa com deficiência na minha história de vida

É um pouco difícil escrever sobre pessoas com deficiência na minha trajetória, pois nunca tive um contato mais estreito. Por isso, considero que a convivência com pessoas com deficiência permaneça mais no âmbito da minha imaginação do que da realidade: como será que é conviver com uma pessoa com deficiência? Nas minhas recordações me veem em mente duas pessoas. A primeira, um menino alguns anos mais novo, que estudava na mesma escola que eu durante o tempo em que cursei os Ensinos fundamentais e Médio. Era um estudante que possuía paralisia cerebral, e por isso, tinha os movimento bem limados e se locomovia por meio de uma cadeira de rodas. Lembro que ele era muito querido na escola. No entanto já veio a falecer há alguns anos. A outra pessoa da qual me recordo, também muito querida, era irmã de um colega de classe e tinha síndrome de down. Nessa época nunca parei para pensar sobre como se dava a inclusão dessas pessoas no contexto escolar, talvez porque esse assunto não era comentado como na atualidade, e a instituição de ensino também não abordava a temática. Considero que essa falta de contato prévia possa dificultar um pouco nos possíveis contatos que possam existir no futuro, pois sem a experiência, sobra espaço para preconcepções, estereótipos e expectativas. Quando estava na faculdade de psicologia, realizei estágio numa escola especializada para pessoas com necessidades especiais e cursei uma disciplina optativa de Libras, onde tive mais contato com pessoa surdas e mudas. Por isso, considero importante a convivência, desde cedo, com pessoas com diferentes necessidades. Só dessa maneira é possível realizar uma educação para a convivência/diversidade eficaz nas escolas. No meu último trabalho, como psicóloga na Secretaria de Assistencial Social de um município de pequeno porte do Estado de São Paulo, tive a oportunidade de ser membro do Conselho dos Direitos da Pessoa com Deficiência e participar de reuniões e eventos nos quais havia muita discussão sobre acessibilidade e inclusão.